quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Temporada Frey 2010

Encontros e Desencontros
Acabo de chegar do Frey (Bariloche/Argentina), de mais uma temporada de escalada. Os planos acabaram não saindo como combinado, mas acabou sendo tudo muito bom, inclusive os dias de tempo ruim regados a mucho vino, mate e chapati.

Vale do Campanille nevado no inicio de fevereiro

No final de novembro eu, Luana e Andréia nos encontramos em Floripa para escalar, colocar o papo em dia e combinar a próxima aventura. Decidimos que no início da temporada a Andréia estaria indo com o seu namorado para Arenales, eu para o Frey também de namorado, e a Luana com o Edu para Chalten, e nos encontraríamos para escalar juntas em fevereiro. O local de encontro ficou para ser decidido no caminho, ou a Andréia descia para o Sul, ou a Luana subia. No início da temporada decidi descer para o Sul para encontrar a Luana em Chalten e tentarmos alguma coisa por lá, estava muito motivada em conhecer o lugar que para mim é como um mito sagrado. Porém nossos planos são tão instáveis como o clima da Patagônia. Como praticamente não houve tempo bom em Chalten esta temporada, a Luana acabou subindo para o Frey no início de fevereiro e aí então conseguimos subir algumas agulhas juntas. Infelizmente faltou a Andréia para nos livrar dos cruxxxxxx!!!!!

Escalando no Vale


Leticia no Plato da Torre Principal


A minha primeira experiência na Patagônia, no vale do Frey, foi no verão de 2008. Naquela temporada tivemos quarenta dias de tempo bom, calor, podendo escalar de bermuda e camiseta na agulha Campanille. Só desfrute, a galera muito motivada e evoluindo a cada nova escalada. Os dias de descanso eram coisa rara. Oh saudade!!!
Esse ano os dias de desfrute foram poucos. Porém, quando se tem vontade mesmo, se sobe com vento, neve e luvas nas mãos. A emoção com certeza será recompensadora.
Nos primeiros dias de janeiro escalei com a Letícia Zewe, de Curitiba, que estava conhecendo o lugar e escalando vias completas com proteção móvel pela primeira vez, assim tive a oportunidade e responsabilidade de guiar todas as cordadas, o que foi uma experiência e tanto. Fizemos as clássicas, Diedro de Jim e Sifuentes Weber na Agulha Frey, Del Frente na agulha La Vieja e a Normal da Torre Principal, num lindo dia de céu azul e muito vento, o que fez do rapel uma grande aventura, mas fora a apreensão de rolar uma corda presa, tudo correu muito bem.
No início de fevereiro a Luana apareceu por lá e ja foi recrutada para a nossa cordada. Depois de uma semana de tempo ruim e pessimo, nós três escalamos a On Marche Sur La Lune na agulha La Banana. Depois da escalada seguimos para dormir em um bivaque na base da agulha Campanille, onde escalamos a Buch Going com um vento incrivel e muito frio.

Eu escalando na Buch Going, no Campanille

Tambem rolou nesta temporada uma grande variedade de primeiras cordadas, intentos, vias mais curtas e top ropes na tentativa desesperada de escalar algo e não morrer de tédio nos dias de vento insuportavel, nevasca e chuviscos. Já de volta ao Brasil, onde o clima esta época do ano também não favorece muito a escalada, é certo que valeu a pena provar do gostinho do clima patagônico para desfrutar daquelas escaladas perfeitas naquele granito alaranjado cheio de possibilidades de boas proteções. Sempre vale a penaaaaaaaaaaaaaaaaaaa!!!! Faça tempo bom ou ruim, na próxima temporada estaremos lá.

Luana na On Marche Sur La Lune na Banana


Por Danielle Pinto

Um comentário:

Daniel Fernandes disse...

Uauu!! Que massa meninas!!!!
Escaladas de responsa no frey!! Cordilheira blanca!! Lindas as fotos, guerreiras!! Mto legal mesmo!
Beijão!